Enlaces da Vida
O dia que eu li a primeira crônica de meu filho, eu me emocionei. Tanto que quero compartilhar com vocês. A introdução falava assim:
“É engraçado, não? A vida possui um presente, um passado e um futuro, mas ainda assim vivemos em apenas uma destas fases… ou será que não?
Fisicamente falando, nossos corpos estão presos ao presente, não podemos revisitar momentos vividos e não podemos nos projetar para momentos que ainda vamos construir, mas me encontro, muitas vezes, preso nas lembranças de momentos que já foram, preso ao passado, remoendo situações onde erros foram cometidos por mim, ou onde erros foram cometidos contra mim.
O que realmente falhamos em ver é que todos nós estamos aqui, neste mundo, com tempo emprestado. Isto mesmo, tempo emprestado. Esse corpo que temos roda com uma quantidade limitada de combustível e, apesar de podermos prolongar a milhagem tratando-o com carinho e cuidando bem do mesmo, cedo ou tarde, todos nós chegaremos na única e inevitável variável do ciclo da vida: a morte.
Tendo isto em mente eu comecei a pensar na quantidade de tempo que ficamos gastando revivendo experiências traumáticas, presos nos eternos loops dos famosos “e se...”. Para cada minuto que gastamos nessas lembranças, é um minuto a menos que temos para ver o que temos à nossa volta no presente, um minuto a menos para alicerçar e plantar os frutos que precisaremos colher no futuro.
Viver é complicado, especialmente num mundo onde o julgamento está tão presente fora dos tribunais do direito. Para cada coisa incomum que você faz, são milhares de olhares estranhos fulminando e reprovando suas ações. Mas será mesmo que é possível agradar todo mundo. Talvez seja, mas a pergunta que você realmente precisa responder é: “Estou vivendo de uma maneira que agrade a mim mesmo?”. Se encaixar nos padrões sociais pode ser uma maneira muito legal e importante de encontrar o seu lugar, mas o preço não deve ser a sua própria felicidade. A única pessoa da qual você não pode escapar é você mesmo, sendo assim, porque não se contentar em primeiro fazer a si mesmo feliz, para depois começar a pensar nos que estão ao redor? Sem estar feliz com você mesmo, você não tem a menor chance de propagar este sentimento pra outros, isto porque a tristeza, é tão contagiante quando a felicidade.”
Enlaces da vida de Caio Silveira Batista, continua na próxima quinzena.