Cornavírus e Nossas Emoções
No último dia 11, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, é uma pandemia. Essa informação já era esperada há algum tempo, com a disseminação nos cinco continentes.
Levando-se em consideração o pouco tempo de pesquisas, as orientações e informações podem ser atualizadas com frequência, causando confusão e alarde na população geral.
Os profissionais da saúde, frente a situações como esta, são rapidamente treinados, e cercados de informações atualizadas e oficiais. No entanto o restante da população, sem filtrar informações que chegam a todo momento, muitas vezes são acometidos pelo pânico em frente a realidade.
Assim, os efeitos do coronavírus vão além do corpo, a infecção também afeta nossas mentes e nossos bolsos. Alguns psicólogos, especialmente dos Estados Unidos, têm até escrito que os estragos do vírus na saúde mental e econômica são piores do que os seus efeitos físicos em si.
Essa pandemia tem gerado reações emocionais intensas na população. Por isso, não devemos só estar dispostos a lidar com o quadro orgânico da doença, mas também com os aspectos psíquicos das pessoas.
Nosso cérebro não está preparado para assimilar com clareza manchetes de jornal desastrosas e nem estatísticas. Ele recebe várias mensagens e seleciona apenas o que há de mais saliente nelas:o aparecimento de um vírus novo e mortífero, como muitos o descrevem. Desta forma, medo, pânico e incerteza, são comuns nesse momento. Afinal, para o nosso eu primitivo faz parte do processo adaptativo se preparar sempre para o pior.
Frente a isso, a realidade mais assustadora nem sempre é saber lidar com a doença. Torna-se ainda mais desafiador, lidar com o resultado secundário: aquele criado no imaginário dos indivíduos.
Existem pessoas revoltadas com as atitudes de alguns, com a mesquinhez de quem aumenta preços e quer levar vantagem em cima dessa situação, de quem não respeita a quarentena, daqueles que querem estocar comida além a conta, enfim.
Precisamos acima de tudo, manter a calma, respeitar que cada um lida de forma diferente com a realidade. Acalmar nosso coração, perdoar. Se você está com medo, se permita sentir medo. Converse, desabafe, se quiser chore.
Precisamos seguir em frente, acompanhar – sem exageros – e obedecer às orientações de profissionais da saúde e das autoridades competentes. Evitar repassar notícias das quais não sabemos a fonte. E principalmente, focar no que diz respeito a nosso comportamento. Sempre vai existir pessoas se comportando de forma contrária ao que achamos certo. Contudo, não podemos controlar as atitudes de outras pessoas. Vamos focar no que depende de cada um de nós. E com certeza sobreviveremos.