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Doze Meses: Episódio 5

Já com a cabeça mais focada em novos projetos, as notícias foram abrandando por minhas próprias escolhas e resolvemos atracar nosso barco na praia. Após o lockdown para me dedicar ao jardim e manter a saúde física e mental equilibradas, consideramos ser a melhor escolha. Depois disto, acompanhei os acontecimentos e tentei assimilar a dor do afastamento dos familiares. Com dois filhos portadores de nanismo, neste particular, meu pavor persistia. Era uma preocupação constante, um medo que não me dava tréguas. Com as atividades deles em home office a temeridade abrandou. Com foco na multiplicação das mudas, fui buscar outra forma de ocupar meus dias e foi na literatura que me distanciei do estresse. Comecei a sentir alegria e prazer nos dias que amanheciam e entardeciam com as cores que eu não via há muito tempo. Comecei a levantar antes do sol nascer, caminhar na praia acompanhado do de amarelo e voltar a caminhar durante o pôr do sol. A aposentadoria e a suspensão do meu novo trabalho me permitiam esta escolha. O mês de março passou feito um furacão, e quase no final dele, eu já estava pronta para retornar ao trabalho. Assim como eu, muitos acreditavam nisto.  Início de abril a preocupação começou a tomar conta com as contas que em breve chegariam. Tudo foi suspenso, menos nossas obrigações que permaneceram inalteradas. Agora o sono se esvaia por conta dos boletos e dos compromissos assumidos. Embora abril ainda não sinalizasse normalidade no retorno do trabalho, continuei com afinco no meu segundo projeto literário e ousei mais uma vez. Enviei um convite pelo facebook para todos reservarem a data de 27 de julho, onde um lindo coral de crianças abrilhantaria o lançamento do meu livro 1,2,3,4,5, mil Cadê Kadu? Quase quatro meses e eu articulava um lançamento recheado de atrações infantis até que uma seguidora do face fazendo uma brincadeira disse: SE O VÍRUS DEIXAR. Eu li aquilo e pensei: que maluca pensar uma coisa desta? Continuamos no próximo episódio – até lá.